BOCA DO CEU 7
Ano III-Jan/Fev/Març/2003
NOSSA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA E NOSSA SEGURANÇA.
Uibaí sempre foi uma cidade compostas de pessoas simples, honestas, sinceras e em sua grande maioria contrárias à violência. Os confrontos que se tem notícia foram oriundos de conflitos entre suas famílias em sua origem a algumas anos atrás; mas o que se vê hoje em dia são cenas de violência promovida por indivíduos que deveriam no mínimo estar preocupados com o bem estar do povo de Uibaí, mas que no entanto propiciam cenas que nos remetem ao Velho Oeste Americano dos antigos filmes, trocando tiros no meio da rua sem se preocuparem ao menos com a segurança de homens, mulheres e crianças que assistem assustados ao fato. A cena se dá entre um parlamentar eleito por uma grande parcela da população, e um militar imposto ao Município por algum “político” sem compromisso com o povo e interessado apenas em ser eleito a qualquer custo.
O vereador que tem um certo respeito junto ao povo, com a popularidade que goza (demonstrada recentemente quando o mesmo foi se entregar as “autoridades” em Uibaí) precisa fazer uma autocrítica, parar e refletir diante de sua posição de representante dos interesses de uma camada da população que com certeza não o elegeu para esse tipo de comportamento. Violência só gera violência. A postura de um vereador, a princípio, deve servir de exemplo para a comunidade, (felizmente o povo de Uibaí, pelo menos a maior parte não está seguindo esse princípio) não podemos aceitar isso, a Frente política da qual faz parte
esse vereador, precisa sentar para discutir esse triste fato e prestar esclarecimentos à população.
Já o militar que não foi eleito pra nada, mas que também (como o vereador), é pago com dinheiro de nossos impostos, ao invés de trocar tiros na rua deveria estar cuidando da segurança e do bem estar do povo, para servir de exemplo pelo menos aos seus subordinados, já que desfruta de uma patente, como também fazer uma reflexão em relação à sua postura ética e moral dentro do Município e seu papel perante a sociedade.
PS.precisamos, valorizar mais o nosso voto, tanto a nossa representação política, quanto a nossa segurança, estão hoje desacreditadas devido ao pouco valor que uma grande maioria dos cidadãos dão ao voto, não querem entender que é através do voto que se consegue dar uma outra imagem as nossas Instituições: Polícia Militar, Câmaras de Parlamentares, Saúde Pública, Educação Pública, etc. Rui Oliveira Machado
VIOLÊNCIA:
“Ações realizadas por indivíduos, grupos, classes, nações, que ocasionam danos físicos, emocionais, morais e/ou espirituais a si próprios e a outros, apresentando profundo enraizamento nas estruturas sociais, políticas, bem como nas consciências individuais e coletivas.” (Cecília Minayo,1998).
BOCA DO CEU 8
Ano III-Abril/Maio/Junho/2003
GOVERNO LULA X SERVIDORES PÚBLICOS
Com seis meses de administração é difícil avaliar qualquer governo, mas não impossível, principalmente um governo eleito pelo povo e que além do mais tem uma trajetória de vida que se identifica com a grande maioria dos trabalhadores.
O governo do PT como é chamado pela maioria da população, na realidade deixou de ser do PT no momento em que Luis Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência no dia 1º de janeiro, pois a partir desse momento o programa apresentado começa a sofrer modificações devido a pressões dos diversas segmentos da sociedade que deram apoio à sua candidatura, principalmente no 2º turno das eleições. Ou se negocia ou não se governa, esse é o lema. Porque isso? Veja: o poder de um Presidente é muito grande, não se pode negar, mas quem aprova o que o governo propõe é o Congresso Nacional, com seus Deputados e Senadores, e é a partir daí que começam as dificuldades. São diferentes interesses, alguns coletivos, outros muitos, coorporativos, e até individuais. Mas, se sempre foi assim desde o “descobrimento”; onde está a diferença deste Governo em relação aos outros? Vejamos: A reforma da Previdência, uma das mais polêmicas das colocadas pelo governo, foi aprovada com grandes prejuízos para o funcionalismo público, que com muita raça tentam reverter essas perdas. Foram traídos pela grande maioria dos parlamentares eleitos com seus votos, e que de uma hora para outra mudaram o discurso acompanhando o Presidente, que por sua vez rasgou o programa do PT, no que se refere à Reforma da Previdência, (prometia não tocar em direitos adquiridos). O presidente vá lá. Mas os parlamentares, principalmente os do PT, deviam manter suas posições em relação ao Funcionalismo Público, que tem nos direitos adquiridos, o seu eixo central de luta. Infelizmente optaram por formar a base parlamentar de apoio ao governo, que agora está composta desde antigos coronéis que insistem em não largar o poder, como os Senadores Sarney e ACM, a “guerrilheiro” como o Deputado José Genuíno. Diferença entre este governo e os outros, pelo menos em relação a essa primeira reforma não há. Vamos ver as outras que estão por vir. Mesmo assim ainda acredito no governo Lula, acredito que fará do Brasil uma grande Nação. Afinal foi aprovado a Reforma da Previdência, sem a qual, segundo os “especialistas”, o Brasil não dava a arrancada para o crescimento tão esperado. È ver para crer. Rui Oliveira Machado
ELEIÇÕES 2004: HORA DE MUDAR.
Nossos potenciais candidatos a prefeito nas próximas eleições tem trajetórias de vida política distintas: um já foi prefeito da cidade por dois mandatos; outro candidato “derrotado” nas últimas eleições e o outro, marinheiro de primeira viagem. Tentarei fazer uma retrospectiva das últimas administrações e passar um pequeno perfil de cada candidato para que o eleitor possa fazer uma avaliação e decidir pelo seu candidato: Hamilton Ferreira Machado. Engenheiro Agrônomo, funcionário do Sebrae, foi Prefeito por dois mandatos substituindo Domingão em seu primeiro (1985/88) e Renato em seu segundo (1993/96). No primeiro mandato era tido como a esperança do povo de Uibaí, principalmente dos amigos e conterrâneos que conviveram com o mesmo em sua trajetória estudantil, inclusive na CEU (Casa dos Estudantes de Uibaí), foi uma decepção, não fez NADA em benefício da comunidade e muito menos pelo município, entregando-o na mão do sr. Renato Domingos Machado (1989/92), formado em medicina, trabalhando na época, em Uibaí. Também não fez NADA em benefício da comunidade e muito menos pelo Município, chegou até ser CASSADO pela Câmara de Vereadores, assumindo em seu lugar o Presidente da Câmara, sr. Argemiro Borges da Cunha em um mandato tampão. Hamilton retorna para seu segundo mandato, fez o mesmo que no primeiro, ou seja, NADA, ou melhor, conseguiu fazer o seu sucessor, Ubiraci Leví (Birinha) (1997/02), proprietário de supermercado e sem formação superior; também não fez NADA em seu mandato e ainda por cima com a ajuda do sr. Hamilton, foi reeleito (2003/04), e ainda não fez NADA em benefício da comunidade e muito menos pelo município. Essa galera pode ser chamada de Turma do Nada, pelo que fizeram em suas administrações.
Temos agora como candidatos ao executivo municipal, os seguintes nomes: Hamilton Ferreira Machado, já citado acima, Raul Machado, médico, trabalhando em Uibaí e
Pedro Rocha Machado, engenheiro sanitarista proprietário de uma micro-empresa voltada para a área sanitária. Esse foi candidato “derrotado” nas eleições passadas, e foi o único que apresentou um programa de governo, que pode lhe dar credibilidade para iniciar um processo de mudança, dando uma nova cara a administração de Uibaí, transformando-a em um espelho para toda a micro-região de Irecê.
Assim, caro amigo, você que é eleitor no próximo ano tem que ficar atento a esses fatos relatados acima. Prefeitos e ex-prefeitos com péssimas administrações estão se colocando como candidatos, lançando candidatos, simplesmente para manter a hegemonia da Turma do Nada. Vamos dar um basta! O Brasil está mudando e não podemos deixar Uibaí continuar sendo governado por esses campeões do Nada. Rui Oliveira Machado
Escultura de Utinga – Xiquexique
Juraci Dórea
Escultura de Utinga – Xiquexique
Juraci Dórea
Falo somente do que falo:
do seco e de suas paisagens,
Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre:
que reduz tudo ao espinhaço (...)
João Cabral de Melo Neto
O ANALFABETO POLÍTICO
O pior analfabetoÉ o analfabeto político,Ele não ouve, não fala,Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,O preço do feijão, do peixe, da farinha,Do aluguel, do sapato e do remédioDependem das decisões políticas.
O analfabeto políticoÉ tão burro que se orgulhaE estufa o peito dizendoQue odeia a política.
Não sabe o imbecil que,da sua ignorância políticaNasce a prostituta, o menor abandonado,E o pior de todos os bandidos,Que é o político vigarista,Pilantra, corrupto e lacaioDas empresas nacionais e multinacionais.
Bertold Brecht